segunda-feira, 4 de julho de 2016

Sobre dores que ensinam .


Do outro lado da estação, parei, prendi a respiração, numa tentativa frustrada de sufocar a dor. A sensação era que vida perdia o sentido. Boa sorte, sucesso! Assim, breve como nossa história. Embora tenha rendido mais lição do que a minha vida toda antes de você. Você sorri, meu coração aperta. Provavelmente não verei mais seu semblante sereno. Talvez você esteja se precipitando, você diria. Afinal, a vida é uma caixinha de surpresas. E nela, todo fim é um recomeço. Mas suas teorias nunca me persuadiram, e agora é muito tarde pra me permitir ser contrariada. Mas o adeus tão previsível, foi prorrogado por tanto tempo que agora chega a ser inadmissível que ele venha. Finalmente. Ele veio. Não sei se declaro isso com o gosto doce da liberdade ou com o amargo da saudade. Talvez , a liberdade, seja só mesmo solidão. Como diz aquela musica que eu adoro e que me faz lembrar você e como a minha vida mudou depois que te conheci. Nem me lembro mais como eu era antes de você. O filme ainda tá em cartaz, o que não tá é a vontade de ir vê-lo. Porque a expectativa era que você fosse a companhia. Parte de mim, já não pertence a mim. Você levou na mala. A única certeza, a única razão, foi arrancada abruptamente de mim. Aos poucos, conforme eu me dava conta da imutabilidade da situação, eu perdia o chão. Aos poucos, a vida foi deixando de ter sentido. Todas as minhas convicções se dissiparam. Como cinza no vento. Mas apesar do caos, a vida continua. E tudo nela, permanece exatamente como antes. Exceto, você. Que sorriso amarelo é esse? Até parece que não foi premeditado. Até parece que você não sabia que essa história tinha data de validade, que nada dura pra sempre e que a vida é uma caixinha de surpresas. Até parece que você não imaginava que as coisas acabariam assim. Engole o choro, tenta disfarçar. Não desaba agora que tá todo mundo olhando. Sofre calada. E finge que nunca significou nada mesmo. Sorria. Só ria. Deixa o tempo curar a dor. Permita-se sangrar, mas não para sempre. Sacode a poeira e vê se aprende que viagem sem destino não compensa. Mergulhar no mundo de alguém, sem saber nadar, é suicídio. Perder a si mesma, na tentativa de achar alguém, também é. Dizer adeus nunca é fácil, não parece justo. Não depois de tanta tentativa de fazer a coisa progredir. De suar a camisa correndo atrás de uma solução pros problemas cotidianos. Que desgastam e apodrecem constantemente muitos relacionamentos. Sem falar nas olheiras gigantescas devido as noites em claro, planejando o futuro ao lado da pessoa em questão. Não é aceitável ver todos os esforços virem à baixo. Ver a vida como ela realmente é. Realista. Sem mimimi. Sem pausa pro momento “bad". Não aguenta, pede pra sair. Por quê a realidade é tão amarga? Porque nos distanciamos muito dela quando, depositamos expectativas nas pessoas. Todas falhas. Inconstantes. Do contra. A gente se apaixona, pelas expectativas que criamos. E quando elas não são atendidas, nos frustramos. E aí, sobra o que então? Se a coisa que a gente mais botava fé, subitamente se torna motivo de dor ? Ora. Ora pra passar. Pra superar. Mas principalmente, pra aprender. Pra que o nosso melhor não seja dado em vão. Nunca mais. E se submete, a vontade de Deus. Apenas a vontade dele. Que é boa, perfeita e agradável. Essa é a melhor forma de garantir que o coração não seja sabotado outra vez. É a única, na verdade. Quando a despedida causar mais alívio que dor, é sinal que você finalmente entendeu o recado. “Quando porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.“ Às vezes tá logo ali na frente, ou pouco depois de uma caminhada árdua. Mas virá. Em seu tempo virá. Quando você partiu, meu mundo ruiu, meu coração parecia querer saltar do peito, pra te acompanhar. Boa sorte. Sucesso. As últimas palavras a quem possibilitou uma extraordinária descoberta de potencial em mim. A alguém que foi ponte pra que Deus me revelasse seu amor e fidelidade da forma mais inusitada existente. Quando for muito difícil aceitar, lembre-se: “algumas perdas, são ganhos.” Eu melhor, do que ninguém, posso  garantir isso.



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